sábado, 18 de agosto de 2012

Setor privado é essencial para a economia, diz Dilma


15/8/2012 - 14:02 - Por Redação, com Reuters - de Brasília



A presidenta Dilma Rousseff afirmou que o governo brasileiro continuará induzindo o desenvolvimento do país, com a busca da melhoria da infraestrutura, para reduzir o chamado custo Brasil, e reconheceu que o setor privado é essencial no processo de tornar a economia mais competitiva.

Governo lançou pacote de concessões de ferrovias e rodovias que prevê investimentos de R$ 133 bilhões.

- Vamos reforçar a capacidade do Estado de planejar, organizar a logística, e compartilharemos com o setor privado a execução dos investimentos e a prestação dos serviços – disse a Presidenta, após o anúncio, nesta quarta-feira, de um programa de concessões de rodovias e ferrovias, que envolve investimentos de 133 bilhões de reais.

- Meu governo reconhece as parcerias com o setor privado como essenciais à continuidade e aceleração do crescimento – acrescentou.

Para a presidenta, a criação de uma empresa de planejamento e logística, anunciada junto com o pacote, é “um passo fundamental” nessa etapa de investimentos na infraestrutura do país.

A Presidenta procurou fazer distinção entre o novo plano de concessões e as privatizações realizadas em governos passados, ressaltando que “nós aqui não estamos desfazendo um patrimônio público para acumular caixa ou reduzir dívida”.

Em um momento de crescimento fraco da economia brasileira, a Presidenta finalizou dizendo que o país precisa de taxas de crescimento compatíveis com suas necessidades de distribuição de renda.


Comentário do autor do blog:

"Na era Reagan/Tatcher, pós Guerra Fria, onde o capitalismo se acentuou autoproclamando-se 'o grande vencedor', falava-se numa tal '3ª via'. A ideia até que soava bem, mas logo se mostrou como um grande golpe mundial das economias hegemônicas. A tal 3ª via era, na verdade, uma articulação que tirasse dos Estados - em especial, dos emergentes - a real autonomia na economia, transferindo, de maneira estratégica, todo o poder às grandes corporações multinacionais e órgãos financeiros, então sustentadores do grande projeto de domínio. Era a política do 'Estado mínimo'.

Seguiu-se em ritmo frenético uma década de ações e alinhamentos do dito 3º mundo com tais economias. Assistíamos tudo como se não houvesse mais retorno, e que a base das sociedades - que davam a sustentação a toda aquela estrutura (e que era a maioria) -, tinha perdido definitivamente o jogo. Aqui no Brasil, foi a década da investida neoliberal, ou a década de FHC. Depois veio o governo dos trabalhadores e, incrivelmente, conseguimos resgatar o antigo projeto democrático.

Agora, com essas medidas do governo Dilma, a mídia reacionária já está armada para confundir a opinião pública, defendendo uma pretensa 'traição' do governo dos trabalhadores que teve como uma de suas bandeiras o 'não ao entreguismo de FHC', que aliás, foi muito, mas muito diferente mesmo: 'foi entreguismo na real - privatizações a preço de banana, do qual, aquele dinheiro, ninguém mais viu'.

O que o governo dos trabalhadores está implementando neste momento é uma espécie de diversificação da economia, porque 'se dermos a economia à iniciativa privada, o trabalhador vira escravo; se dermos tudo ao Estado, vira bagunça'. Como dizia a Dra. Vera Bittencourt: 'nem tanto ao mar, nem tanto à terra'. Mas está tudo certo: 'trabalhador que é trabalhador mesmo, está acostumado a comer misto quente'."